Morte de criança por febre maculosa em Assis preocupa vigilância

A morte de uma criança de seis anos com febre maculosa na cidade de Assis (SP) mobilizou a Vigilância Epidemiológica. Os locais onde têm a possibilidade de ter o carrapato estrela contaminado estão sendo vistoriados. A doença é perigosa e difícil de ser diagnosticada.

A mãe de Camila Gabrielly de Souza Barbosa ainda está abalada com a perda da filha. Foram quase 30 dias até descobrir a causa da morte da menina. O diagnóstico do Instituto Adolfo Lutz apontou que Camila foi vítima da febre maculosa. O resultado surpreendeu a família. “Geralmente a gente leva as crianças aos parquinhos e nunca imaginei que isso ia pegar na minha filha”, disse Stefanie Souza da Silva.

A febre maculosa é uma doença causada pelo carrapato estrela. Uma espécie que se hospeda em animais silvestres, como a capivara, e até mesmo em cavalos e cães. A mãe de Camila diz que depois que a família foi pescar numa área de mata fechada, os primeiros sintomas aparecem na filha. “Ele teve dor de garganta e febre muito alta. Depois apareceram algumas manchas no corpo”, contou.

Ainda não se sabe o lugar exato em que a criança pode ter tido o contato com o carrapato. Mas a escola em que ela estudava fica em frente a uma lagoa e a uma área onde há muitos animais soltos. O pai de duas alunas, Laurindo de Oliveira, afirmou que as filhas já apareceram no imóvel na cidade Assis com carrapatos pelo corpo. “Uma estava debaixo do braço e outra com carrapato na nuca. Daí veio à tona a relação com a febre maculosa e, por isso, temos que levantar a hipótese de estar sendo pego esse carrapato aqui. Não quer dizer que isso seja fato”.






Para a Vigilância Epidemiológica, o registro de um caso de febre maculosa na cidade preocupa. “Estamos aguardando para a próxima segunda-feira uma visita da Sucen de Marília. Eles estarão vindo para demarcar os locais onde possivelmente essa criança pode ter sido infectada. Em um segundo momento eles fazem uma armadilha para recolher os carrapatos e depois fazer a avaliação para saber que eles estão ou não contaminados e qual foi o local provável de infecção”, avisou Nilcia Leite.

Segundo os especialistas, o diagnóstico da febre maculosa é difícil porque os sintomas são parecidos com outras doenças infectocontagiosas, como a dengue. Se o problema for descoberto em estado avançado não há tratamento eficiente para a febre maculosa. Por isso, o paciente tem que dizer ao médico que frequentou áreas de risco, uma informação que pode valer a vida.

“A eficácia do tratamento da precocidade do diagnóstico. Quando mais cedo você suspeitar dessa doença, mais rápido instituir o remédio que existe, que é um antibiótico. As formas graves da doença, que é a disseminada, a maioria das pessoas chegam em uma fase em que a eficácia do tratamento é muito pouco e efetivo. E a maioria acaba evoluindo com morte, informou o médico infectologista, Silas Tavares Costa.

Fonte: G1






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